Na quinta-feira (18), mais uma mulher negra foi vítima de assassinato. A líder da comunidade quilombola mãe Bernadete Pacífico, 72, foi morta a tiros dentro da associação Comunidade de Pitanga de Palmares, na região metropolitana de Salvador.
O desrespeito à comunidades por parte de fazendeiros e pistoleiros por meio da exploração de grilagem de terras, obstruções de acesso à água, pressão da compra de terra e criminalização das lideranças tem espalhado um rastro de sangue pela região.
A ativista já havia alertado sobre outras ameaças de morte por parte de grupos ligados à especulação imobiliária.
Kátia Rodrigues presidente do Sispesp, lamenta a morte de mais uma ativista, mulher e negra. Para a sindicalista, a liderança foi mais uma vítima da ganância do grande capital.
“A violência e o medo não podem se tornar parte do cotidiano dessas mulheres. O Brasil precisa ser reconstruído, mas isso só será possível através de diálogo, paz e de justiça social." apontou.
A líder foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial em Simões Filho entre 2009 e 2016 e era reconhecida como uma defensora da cultura quilombola.
A comunidade que liderava fica em um espaço de 854 hectares onde vivem 290 famílias que produzem e vender produtos como frutas e verduras.
O Sispesp se solidariza a familiares e amigos da mãe Bernadete, repudia toda e qualquer forma de violência, e cobra a urgente apuração do caso e punição dos responsáveis e executores do assassinato desta grande liderança.