Desde a meia-noite desta segunda-feira (17), caminhoneiros ligados ao Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos (Sindicam) paralisaram o acesso ao Porto de Santos em apoio à greve dos petroleiros, que entrou em seu 17º dia.
Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Ijuí (Sindtac-Ijuí), Carlos Alberto Dahmer, disse que os motoristas realizam protestos às margens das rodovias em todo país, mas, até 10h, o único registro de interdições com bloqueios era o do Porto de Santos.
O movimento deve prosseguir ao menos até quarta-feira (19), quando estavam previstas para serem julgadas no Supremo Tribunal Federal (STF) três ações diretas de inconstitucionalidade (ADIs), movidas por entidades do setor patronal. Porém, ministro Luiz Fux, adiou o julgamento das ações a pedido da Advocacia Geral da União (AGU), órgão do governo federal. Ainda não há nova data para o julgamento.
Dahmer criticou a política da Petrobras de atrelamento dos preços dos combustíveis às flutuações do mercado, bem como o desmonte da estatal, com demissões em massa e venda de ativos. “Em diversos lugares do mundo se guerreia pelo petróleo. Aqui se dá de graça, para que os grandes oligopólios se beneficiem. Tiram das nossas refinarias a sua capacidade, deixam a companhia ociosa para garantir o lucro das empresas estrangeiras. Essa luta não é só dos caminhoneiros, não é só dos petroleiros. É de toda a sociedade”, afirmou o presidente do Sindtac-Ijuí para o Jornal Brasil Atual, nesta segunda-feira (17).
PETROLEIROS
A greve dos petroleiros entra em sua terceira semana e de acordo com os profissionais há riscos de desabastecimento devido a intransigência do governo Bolsonaro, que segue intransigente e se nega a negociar. Os petroleiros estão em greve, desde o dia 1º, em defesa da Petrobras como maior patrimônio público do povo brasileiro, e contra as cerca de mil demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR).
Segundo o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP-CUT) João Antônio de Moraes, a paralisação atinge 120 unidades da estatal em todo o país, com mais de 20 mil trabalhadores de braços cruzados.
SISPESP
O diretor do SISPESP, Claudinei Silva, disse que o Sindicato apóia a paralisação dos petroleiros e caminhoneiros. “Enquanto servidores públicos precisamos dar nosso apoio, ao menos moral. É uma obrigação para nós! Não podemos ser neutros nesta questão. A Petrobras é um patrimônio de todo brasileiro”, comentou o sindicalista.
Foto: Uol