SÃO PAULO - Além do desafio de lidar com a demanda crescente de pacientes no estado que concentra a maior parte dos casos do novo coronavírus no país (são 5.682 de um total de 13.717, segundo boletim do Ministério da Saúde desta terça), hospitais de São Paulo encaram a infecção entre seus próprios profissionais de saúde e funcionários de outras áreas.
Ao menos 3.346 profissionais dos principais hospitais privados e públicos da capital paulista já foram afastados por quadros de síndrome gripal ou respiratória, em pouco mais de um mês desde o primeiro caso positivo de coronavírus no Brasil. Deste total, 737 tiveram a Covid-19 confirmada.
Na rede municipal de saúde, até o dia 3 de abril, foram1.935 afastamentos de funcionários por quadros de síndrome respiratória.
No Hospital Israelita Albert Einstein, 348 dos 15 mil colaboradores foram diagnosticados com a doença desde o início da epidemia — 15 estão internados.
Dos infectados, 169 são profissionais com formação em saúde, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Segundo o hospital, 36 deles já retornaram ao trabalho.
Já no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), 2.549 funcionários, mais de 10% do total, foram atendidos no Centro de Atendimento ao Colaborador até o dia 30 de março. Destes, 1.244 foram testados e 108 confirmados com Covid-19. Outros 125 funcionários estão afastados, ainda sob suspeita, para evitar qualquer tipo de contaminação.
O Hospital Alemão Oswaldo Cruz teve, até o momento, 66 colaboradores afastados por infecção pelo Sars-CoV-2. São 38 casos confirmados e 28 aguardado resultado de teste. Do total de afastados, 33 são profissionais de saúde.
No Hospital Sírio-Libanês, foram registrados 104 casos de colaboradores com Covid-19. O Sírio tem oito mil funcionários e diz testar todos os que apresentam sintomas. Caso o resultado seja positivo, o colaborador fica em isolamento domiciliar por 14 dias.
Outros 441 profissionais estavam afastados de suas atividades na Rede de Hospitais São Camilo até o dia 1º de abril, com suspeita de Covid-19. Segundo a rede, 33 já confirmaram a doença.
Já no Hospital Santa Marcelina, o número de colaboradores afastados chega a 219, entre suspeitos e confirmados para Covid-19.
Fonte: O Globo